segunda-feira, 2 de dezembro de 2024

O Desafio do Acesso à Informação para Pessoas com Deficiência

 

A desinformação é um problema crescente no Brasil, afetando diretamente os 18,6 milhões de pessoas com deficiência no país, de acordo com o IBGE. Com o avanço das redes sociais e o aumento da conectividade, informações falsas se espalham rapidamente, dificultando ainda mais o acesso à informação confiável por parte desse público.

Um dos maiores desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência é a falta de acessibilidade nos meios de comunicação. Muitas plataformas digitais e veículos de imprensa não seguem diretrizes básicas de inclusão, como compatibilidade com leitores de tela, legendas em vídeos ou transcrições de áudio. Isso limita o acesso de pessoas cegas, surdas ou com outras deficiências sensoriais a informações públicas essenciais.

Lawrenberg Advíncula, coordenador do curso de jornalismo da Unemat, ressalta que, embora a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) tenha sido sancionada em 2015, ainda há poucas iniciativas que promovam uma comunicação verdadeiramente inclusiva. “Muitas vezes, os profissionais de imprensa têm dificuldade em criar uma comunicação mais acessível e menos capacitista”, comenta. “Isso agrava a desinformação, especialmente quando o grande volume de conteúdos disponíveis não reflete benefícios reais para a população.”

Leandrina de Oliveira Pereira, pedagoga e deficiente visual, compartilha sua experiência com a dificuldade de acessar informações confiáveis: “Prefiro assistir jornal porque as redes sociais não facilitam saber se uma notícia é verdadeira ou falsa. Já recebi golpes ligados a transações bancárias. Nós precisamos desconfiar e buscar fontes confiáveis.”

Além dos problemas técnicos e das práticas capacitistas, a falta de políticas públicas efetivas agrava o cenário. Governos e instituições nem sempre garantem o desenvolvimento de estratégias que assegurem o acesso equitativo à informação para pessoas com deficiência. Essa exclusão não apenas limita a inclusão social, mas perpetua mitos e preconceitos que dificultam a luta por igualdade de direitos.

Para superar esses desafios, é essencial que governo, sociedade civil e mídia trabalhem juntos. A criação de conteúdos acessíveis, o treinamento de profissionais para práticas inclusivas e a adoção de tecnologias adaptativas são passos fundamentais para garantir que a informação alcance a todos de maneira justa.

A luta pela inclusão é responsabilidade de todos. Construir uma sociedade mais igualitária começa com o reconhecimento de que as pessoas com deficiência têm o direito de acessar a informação de forma plena, contribuindo para uma sociedade mais informada e inclusiva.

 

Por: Elismarcia Tosta


Nenhum comentário:

Postar um comentário