A
desinformação é um problema crescente no Brasil, afetando diretamente os 18,6
milhões de pessoas com deficiência no país, de acordo com o IBGE. Com o avanço
das redes sociais e o aumento da conectividade, informações falsas se espalham
rapidamente, dificultando ainda mais o acesso à informação confiável por parte
desse público.
Um
dos maiores desafios enfrentados pelas pessoas com deficiência é a falta de
acessibilidade nos meios de comunicação. Muitas plataformas digitais e veículos
de imprensa não seguem diretrizes básicas de inclusão, como compatibilidade com
leitores de tela, legendas em vídeos ou transcrições de áudio. Isso limita o
acesso de pessoas cegas, surdas ou com outras deficiências sensoriais a
informações públicas essenciais.
Lawrenberg
Advíncula, coordenador do curso de jornalismo da Unemat, ressalta que, embora a
Lei Brasileira de Inclusão (LBI) tenha sido sancionada em 2015, ainda há poucas
iniciativas que promovam uma comunicação verdadeiramente inclusiva. “Muitas
vezes, os profissionais de imprensa têm dificuldade em criar uma comunicação
mais acessível e menos capacitista”, comenta. “Isso agrava a desinformação,
especialmente quando o grande volume de conteúdos disponíveis não reflete
benefícios reais para a população.”
Leandrina
de Oliveira Pereira, pedagoga e deficiente visual, compartilha sua experiência
com a dificuldade de acessar informações confiáveis: “Prefiro assistir jornal
porque as redes sociais não facilitam saber se uma notícia é verdadeira ou
falsa. Já recebi golpes ligados a transações bancárias. Nós precisamos
desconfiar e buscar fontes confiáveis.”
Além
dos problemas técnicos e das práticas capacitistas, a falta de políticas
públicas efetivas agrava o cenário. Governos e instituições nem sempre garantem
o desenvolvimento de estratégias que assegurem o acesso equitativo à informação
para pessoas com deficiência. Essa exclusão não apenas limita a inclusão
social, mas perpetua mitos e preconceitos que dificultam a luta por igualdade
de direitos.
Para
superar esses desafios, é essencial que governo, sociedade civil e mídia
trabalhem juntos. A criação de conteúdos acessíveis, o treinamento de
profissionais para práticas inclusivas e a adoção de tecnologias adaptativas
são passos fundamentais para garantir que a informação alcance a todos de
maneira justa.
A
luta pela inclusão é responsabilidade de todos. Construir uma sociedade mais
igualitária começa com o reconhecimento de que as pessoas com deficiência têm o
direito de acessar a informação de forma plena, contribuindo para uma sociedade
mais informada e inclusiva.
Por:
Elismarcia Tosta
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